Barragens que barram vidas, paisagens e sonhos – patrimónios que se afogam ir...
A maré negra do Prestige
1. Docente: Ana Teixeira
2012/2013
Uma catástrofe ambiental às
portas de Portugal
A maré negra do Prestige
2. Docente: Ana Teixeira
2012/2013
.O que aconteceu
O petroleiro Prestige, com bandeira de conveniência das Bahamas, afundou-
se no dia 19 de Novembro de 2002 ao largo da Galiza, no Cabo Finisterra, Espanha,
com 77 mil toneladas de fuelóleo a bordo, tendo provocado uma das mais graves crises
ecológicas de sempre.
Os problemas do navio começaram a 13 de Novembro, quando foi lançado o
primeiro pedido de socorro após ter sido detetado um rombo de 35 metros no casco,
que levou a embarcação a adernar. A tripulação, constituída por 24 homens, foi
resgatada por helicópteros. A bordo ficaram o chefe de máquinas, um primeiro oficial e
o capitão.
Nessa altura, o petroleiro estava a 50km a oeste de Finisterra e foram
detetados os primeiros vestígios de petróleo no mar. No dia seguinte, as autoridades
espanholas decidiram rebocar o navio para o mais longe possível da costa, mas a
mancha de óleo já tinha uma extensão de 10km. No total a mancha era composta por
3000 toneladas de fuelóleo.
O Prestige conseguiu endireitar-se e pôs os motores auxiliares a trabalhar.
3. Docente: Ana Teixeira
2012/2013
.O que aconteceu
A 15 de Novembro a fenda no casco do navio era já de 50 metros.
Entretanto, os motores pararam definitivamente de trabalhar e surgiu o risco do barco
se partir em dois. O capitão foi retirado de bordo e detido por possível delito de
desobediência e de atentado contra o ambiente.
A 16 de Novembro chegou à Costa da Morte, na Galiza, a primeira maré
negra, afetando cerca de 200km. O derrame atingia já as 4000 toneladas. No dia
seguinte, as autoridades espanholas proibiram toda a atividade pesqueira e de apanha
de marisco nas zonas afetadas, dando origem a uma grave crise económica.
Milhares de voluntários começaram a chegar à Galiza para ajudar a limpar as
praias. Ao mesmo tempo surgiram as primeiras queixas da população pela inércia do
Governo Espanhol.
No dia 19 de Novembro o Prestige partiu-se em dois e afundou-se até 3500
metros de profundidade com 77 mil toneladas de fuelóleo, provocando uma segunda
mancha de óleo. Nesta altura, começaram a surgir problemas entre Portugal e
Espanha. O governo espanhol disse que não sabia onde afundou o Prestige, enquanto
as autoridades portuguesas garantiam que o afundamento ocorreu em águas
espanholas.
4. Docente: Ana Teixeira
2012/2013
.O que aconteceu
A 10 de Dezembro o governo espanhol anunciou que o petroleiro tinha 14
fendas no casco que deixavam sair 125 toneladas de fuelóleo por dia. Em meados de
Janeiro já tinham sido recolhidas 37 mil toneladas de detritos no mar e em terra
originados pelo naufrágio.
Até finais de Janeiro o submarino francês Nautile reparou a maior parte das
fendas que já ascendiam a 19, do casco do Prestige.
Em virtude deste acidente, Portugal, Espanha e França acordaram na
necessidade de proibir a passagem nas suas águas de navios de casco simples, como
era o caso do Prestige.
Meio ano após o naufrágio, o Prestige libertava duas toneladas de fuelóleo
por dia, numa altura em que já tinha derramado no total 30 mil toneladas.
Desde o inicio da catástrofe, foram cerca de 330 mil os voluntários e de 35
mil os soldados que colaboraram na recolha de mais de 50 mil toneladas de
combustível misturado com água, no mar, e 43 mil toneladas misturadas com areia e
outros resíduos nas praias e rochas.
5. Docente: Ana Teixeira
2012/2013
.O que aconteceu
Na sequência deste desastre ambiental, surgiu a plataforma Nunca Mais,
uma organização galega criada a 21 de Novembro de 2002, cujos principais objetivos
são a exigência de respostas e de responsabilidades, junto quer do governo autónomo
quer do estatal, ou mesmo da própria União Europeia, face ao ocorrido, de forma a
que se desenvolvam mecanismos que impeçam a repetição de acidentes ecológicos
semelhantes.
6. Docente: Ana Teixeira
2012/2013
.O fuelóleo e seus impactes nos ecossistemas
O fuelóleo residual é um dos produtos resultantes da destilação fracionada
do crude e um dos mais pesados, sendo constituído por hidrocarbonetos de elevado
peso molecular, incluindo vários compostos aromáticos policíclicos e ainda metais
pesados. É um combustível largamente utilizado em centrais termoelétricas e na
propulsão de motores de grandes navios como os petroleiros.
Este tipo de características torna o fuelóleo pouco volátil, ou seja, de difícil
evaporação e de mais difícil degradação por bactérias e outros microorganismos, pelo
que, embora apresentando uma toxicidade aguda menor do que a do crude, os riscos a
longo prazo são maiores.
Vários espaços naturais de elevado valor ecológico, alguns dos quais
pertencentes à Rede Natura 2000 ou considerados como “Áreas Importantes para as
Aves”, foram já afetados, segundo os ecologistas.
7. Trabalho elaborado por:
• Ana Filipa Henriques nº3
• Maria Reis nº17
• Sofia Afonso nº23
• Tiago Melro nº 24